22 de janeiro de 2014

Cancro do pulmão e mesotelioma pleural            
Os pulmões são um par de órgãos em forma de cone responsáveis pelas trocas efetuadas ao nível da respiração. Estes são revestidos por uma pequena membrana que se designa de pleura. Existem três tipos principais de tumores, os tumores de pequenas células, os tumores de não pequenas células e o mesotelioma pleural consoante o local e as células envolvidas no seu desenvolvimento. Os cancros do pulmão (todos os tipos de tumores malignos) são o segundo cancro mais comum tanto em homens como mulheres (American Cancer Society, 2011).

Tumores do pulmão de pequenas células
O cancro do pulmão de pequenas células desenvolve-se nos brônquios centrais e cresce mais rapidamente, tendo maiores probabilidades de se metastizar para outros órgãos (American Cancer Society, 2011; Portal de Oncologia Português, 2012; The Oncology Institute of Hope and Inovation, 2007). Com grande regularidade, numa fase inicial da doença, este cancro é assintomático e, por esta razão, quando detetado (na maioria das vezes) já se encontra numa fase bastante avançada. Ainda assim os principais sintomas relacionam-se com uma tosse ou rouquidão persistente, falta de ar, dor no peito, expetoração com expulsão de sangue, nódulos ou inchaço da face e do pescoço, perda de apetite, perda de peso sem motivo aparente, cansaço e fadiga anormal, infeções respiratórias repetidas, entre outros. Os exames de diagnóstico mais frequentes relacionam-se com as radiografias, biopsia pulmonar e a broncoscopia (American Cancer Society, 2011; Bower, & Waxman, 2006; Gampbel, 2008; Portal de Oncologia Português, 2012; The Oncology Institute of Hope and Inovation, 2007).  
O consumo de tabaco é sem sombra de dúvida o principal fator envolvido no desenvolvimento deste tipo de cancro (responsável por aproximadamente 85% dos casos), seguindo-se outros fatores como a exposição a asbestos e metais pesados, poluição do ar e poluição industrial (American Cancer Society, 2011; Bower, & Waxman, 2006; Gampbel, 2008; Portal de Oncologia Português, 2012; The Oncology Institute of Hope and Inovation, 2007).
Como referido anteriormente, este tipo de cancro tende a difundir-se rapidamente tornando-se a cirurgia uma opção de tratamento pouco indicada. Sendo neste caso mais frequente o recurso a quimioterapia, uma vez que, estas células parecem ser mais sensíveis a esta intervenção (American Cancer Society, 2011; Bower, & Waxman, 2006; Gampbel, 2008).

Tumores do pulmão de não pequenas células
O tumor do pulmão de não pequenas células é o cancro do pulmão mais frequente sendo responsável por 85 a 90% dos casos. Este é constituído por alguns subtipos consoante as células onde se desenvolvem, assim temos: o carcinoma de células escamosas ou carcinoma epidermoide (cerca de 25 a 30% de incidência), o adenocarcinoma (cerca de 40% de incidência) e o carcinoma das grandes células (10-15% de incidência). Tendo em conta os principais sintomas e fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de cancro estes são semelhantes ao cancro do pulmão das pequenas células (Bower, & Waxman, 2006).
Tal como constatamos no cancro do pulmão das pequenas células estes tipos de cancro difundem-se rapidamente o que torna a cirurgia uma opção de tratamento pouco indicada. Nestes casos é mais frequente o recurso à radioterapia. Já a quimioterapia tem um impacto menor neste tipo de tumor, sendo por isso menos recorrente (Bower, & Waxman, 2006).

Mesotelioma Pleural 
O mesotelioma maligno é um cancro que se desenvolve nas células que revestem alguns órgãos do nosso organismo, especialmente no peito ou no abdômen. O revestimento constituído por este tipo de células designa-se de mesotélio. Este ajuda a proteger os órgãos, produzindo um líquido lubrificante especial que permite o movimento dos órgãos (ex. nos pulmões este fluido torna mais fácil o movimento no interior do tórax para efetuarmos a respiração). Deste modo, o cancro no mesotelioma pleural relaciona-se com o desenvolvimento de células cancerígenas nas células que revestem os pulmões (American Cancer Society, 2011).
Os pacientes apresentam como sintomas frequentes efusões pleurais, dor na parte inferior das costas ou no lado do peito, falta de ar, tosse, febre, transpiração, fadiga, perda de peso, dificuldade em engolir, rouquidão, tal como inchaço do rosto e dos braços. Sendo que a forma mais eficaz de diagnóstico a radiografia ao tórax, podendo posteriormente recorrer-se a uma biopsia pleural (American Cancer Society, 2011; Bower, & Waxman, 2006).
Quanto ao tratamento para esta patologia estes são limitados, uma vez que, a quimioterapia é ineficaz e a radioterapia só é útil no controlo da dor. Assim, recorre-se com frequência a múltiplas pleuroses (procedimento realizado para gerar uma obliteração artificial do espaço pleural) – Bower, & Waxman, 2006.

Referências bibliográficas:
American Cancer Society (2011). Learn about cancer. Consultado em Outubro 8, 2012 do sítio da Web: http://www.cancer.org/cancer/index
Bower, M., & Waxman, J. (2006) Compêndio de oncologia. Lisboa: Instituto Piaget.
Gampbel, O. (2008). Câncer do pulmão. In V. A. Carvalho, et. al. (Eds.), Temas em Psico-Oncologia (pp. 130-133). São Paulo: Summus.
Portal de Oncologia Português (2012). O que é o cancro? Como tem origem o cancro? Consultado em Outubro 18, 2012 do sítio da Web: http://www.pop.eu.com/portal/publico-geral/o-cancro2.html
The Oncology Institute of Hope and Innovation (2007). Types of cancer. Consultado em Outubro 8, 2012, do sítio da Web: http://theoncologyinstitute.com/?pgid=10&parid=0&rid=10&lang=1