O
cólon e o reto são parte integrante do sistema digestivo. A função do sistema
digestivo relaciona-se com o processamento e remoção dos nutrientes (ex. vitaminas)
a partir dos alimentos, assim como com a eliminação dos resíduos desnecessários.
Este sistema é então composto pelo esófago, estômago e intestinos delgado e
grosso. A primeira parte do intestino é designada de intestino grosso ou cólon,
já a parte posterior designa-se de reto e canal anal (cf. Figura 1).
Figura 1 - Constituição do intestino
Uma
grande maioria dos cancros colo-retais desenvolvem-se lentamente e ao longo de
vários anos, sendo que antes da existência de um cancro há, com frequência, o
crescimento de um tecido no revestimento interno do cólon ou do reto, os
designados pólipos não cancerosos. Alguns destes pólipos podem transformar-se
em cancro, de notar que nem sempre tal acontece. Quanto às metástases há a
possibilidade de as células cancerosas passarem para a corrente sanguínea ou
para os vasos linfáticos (pequenos canais que carregam resíduos e líquidos) e
desta forma instalarem-se noutras partes do corpo (ex. fígado) – American
Cancer Society, 2011. Este tipo de cancro é uma das principais causas de
morbidade no ocidente, sendo a terceira causa de morte em todo o mundo. Em
Portugal, este cancro corresponde à segunda forma de cancro mais comum, com
maior incidência nos homens (Bower, & Waxman, 2006; Evangelista, 2008; Portal
de Oncologia Português, 2012).
Relativamente
aos fatores que estão associados à origem deste cancro encontra-se o
diagnóstico de colite ulcerosa, alguns fatores genéticos (polipose adenomatosa
familiar e cancro colo-retal hereditário sem polipose), uma dieta alimentar
baseada no consumo de carnes vermelhas, bem como o consumo de tabaco e de
álcool. Estes pacientes em termos de sintomas apresentam um histórico de
alterações de hábitos intestinais, sangramento retal, perda de peso e dores abdominais.
Quanto aos exames de diagnóstico e prevenção é fundamental a colonoscopia,
endoscopia, exame retal, testes sanguíneos, radiografia torácica, testes de
função renal e hepática (American Cancer Society, 2011; Bower, & Waxman,
2006; Evangelista, 2008).
Ao
nível dos tratamentos, à semelhança de outros cancros surge como fundamental a
cirurgia (colectomia ou resseção abdominoperitoneal), em que o tumor é retirado
juntamente com uma boa parte de tecido normal. Além disso, o tipo de cirurgia
deve ser definido consoante o tumor e a sua localização. Os tumores com uma
porção superior e da parte média do reto devem ser tratados com resseção
anterior, já as lesões na parte inferior do reto devem ser tratadas por resseção
abdominoperineal que requer uma colostomia permanente. Em termos das
consequências da cirurgia pode surgir disfunção da bexiga, tal como disfunções
sexuais nos homens (ejaculação retardada e impotência erétil). Sobre os
tratamentos adjuvantes são recorrentes a quimioterapia e a radioterapia (Bower,
& Waxman, 2006).
Referências
bibliográficas:
American Cancer Society (2011). Learn about cancer.
Consultado em Outubro 8,
2012 do sítio da Web: http://www.cancer.org/cancer/index
Bower, M., & Waxman, J. (2006) Compêndio de oncologia. Lisboa:
Instituto Piaget.
Evangelista, J. (2008). Câncer Gastrointestinal.
In V. Carvalho, et. al.
(Eds.), Temas em Psico-Oncologia. São
Paulo: Summus.
Portal de Oncologia Português (2012). O que é
o cancro? Como tem origem o cancro? Consultado em Outubro 18, 2012 do sítio
da Web: http://www.pop.eu.com/portal/publico-geral/o-cancro2.html